Letras & Fitas...

A poesia está para a prosa assim como dançar está para caminhar.

Então dance...

E mesmo que siga meus passos só eu sei aonde eles vão levar...

segunda-feira, outubro 19

Minhas Piadas

Luto, luto, luto, contra o mundo,

Perdida em meio a meus pensamentos absurdos.

Pq não mudo, não,

Sou criticada por muitos.

Só alguns poucos me entendem.

Só quem aguenta a pressão.

Desistir?

De tudo que acredito?

Não.

Eu não desisto não.

Eu só redobro a minha fé.

A minha rima é meu destino, dom

Evoluindo o som,

Pq é assim que Deus quer.

 

Então aceito as pedras.

Essas, que são atiradas

Mas se me acertam não ferem,

Sigo minha jornada.

Todo mundo percebe, minha estima elevada,

Se a vida me faz palhaço, eu faço minhas piadas.

 

Rindo da vida, rindo do mundo,

Rindo da rima, rindo de tudo,

Rio, eu não mudo.

 

Eu sou do Rio, sorrio,

Esta é minha vida...

Vou caminhando e páro.

Não sei se eu to perdida.

 

Encurralada em meio a balas.

Não sei das minhas escolhas se estão certas ou erradas.

Mais um passo dado rumo ao abismo,

E eu cismo que o precipício é um caminho...

É o destino, rindo...

quinta-feira, junho 25

Finalista do RPB


Finalista do I Festival de Rap Popular Brasileiro - CUFA


É galera... me classifiquei pra final do RPB!!!!

Na primeira apresentação já concorri com várias pessoas de miliano no rap... mta gente boa...é irado ver o rap nacional crescendo cada vez mais e tomando diferentes formas...

Mta vibe... a repercussão tá sendo fodaaa!!!
Mto bom me apresentar ao lado de vários caras que eu admiro... Fluxo, Rimas e Tintas, Cartel, Mesclados...

Conhecemos uma galera mto boa... Consciência Tranquila, Antizona, Romeu, Brenfa 3030.... e a idéia é a união do som...

Espero em breve que geral conheça os sons que estão saido aqui do quintal...

td nosso...sempre!!!

Rap Popular Brasileiro.... É isso que eu sou, é isso que eu faço!!!!

terça-feira, maio 12

Jihad

Boladona,
De rolé pela cidade,
De long, voada, nenhum limite de velocidade
A vida é um combate, uma Jihad.
Instinto suicida, isso não tem idade.

De onde vem? Pra onde vai?
Se esconde pelos morros, viadutos e marginais...
Não quer demais, nem vive apenas finge....
A guerra sempre é santa quando a vida é o limite.

Porra, jão...
Eu continuo bolada...
To na rua, ouço do nada,
Várias balas disparadas,
Tão invadindo, jão...e são os verme...
3, 4, 5, 6 de coturno e cap.

mesmo sem ser soldado,
mesmo sem ser do crime,
Se é do meu lado, desse jeito a guerra me oprime...

Não sou milícia , polícia, trafica, que tá na estica
Nem sou aquele que fica soltando pipa na na laje
não sou da choque, do BOPE, nem nem quero dura da CORE nem Caveirão onde eu more,
e nem zerbla com blindagem...

Pro morador da favela,
A realidade é aquela, trabalhador ou seqüela,
Ou malandragem....

(Ouço) tiros, tiros, tiros, na janela ( nas vielas )
(Não quero) tiros, tiros, tiros nas favelas

A vida nunca é aquela
Paz que se imagina...
Rio de Janeiro ou Palestina ?

Obedecer? Não
E nem mandar.
Só combatendo contra mim posso ganhar.

A cada dia,
Uma vitória
A trajetória que lutei pra conquistar.

Já imagino o traço, destino eu mesma que faço,
Quase no mesmo compasso de como fui no passado.
E pra fazer o que faço, eu só me jogo no espaço,
Um cidadão desarmado, ainda assim quer lutar....
Como viver essa guerra,
Se toda hora é a espera,
Entre matarmos o tempo,
Ou ver que ele nos enterra.

Em meio a vícios, resquícios, daquilo que não foi dito
Só luto se acredito, se sou um filho da terra.

Da nova era, mano
Inacabada,
A velha imagem do que antes era nada.

Vivência da violência, venceu a velha cadência,
Que despedaça os sonhos em incontáveis sequências

Já desejando que os filhos, servindo de andarilhos,
Sejam indícios dos trilhos que os farão fracassar...

Só pra seguirem seus atos, sabatinar desacatos,
De um povo desgovernado que não quer nem opinar...

Ignorância? Preguiça ou ganância?
Talvez não tenha vergonha de se manter onde está.

Vida mestiça
E oprimida
Bala perdida, quando achada é suicida

E ouvem tiros, tiros, tiros....entre os prédios...
Tiros, tiros... Oriente Médio

A vida nunca é aquela
Paz que se imagina
Rio de Janeiro ou Palestina?

Apenas sonhos
De uma mina,
Que quer fazer muito mais do que imagina,

Mudar o mundo usando rima,
Revolução: é o que a vida determina...

Se a guerra é santa, a luta é justa
E a mente sente que o destino é a busca

E se entrega, jão
E tá pra vida,
sou guerrilheira, uma semente nativa

A guerra tá me oprimindo, zunindo nos meus ouvidos,
matando, ferindo amigos, e eu nem sei mais lutar...

Mas são tiros, tiros, tiros... mãos pro alto!
Tiros , tiros, tiros, é um assalto? ( no asfalto)

A vida nunca é aquela
Paz que se imagina.
Rio de Janeiro ou Palestina?

Tiros, tiros, tiros...
A violência te invade dentro da sua casa...
Rio de Janeiro ou Faixa de Gaza?

sexta-feira, janeiro 16

A História de "Sujeira"- Parte I

Sim.
É mais um corpo que cai...
Mas uma vida de um amigo que não volta nunca mais.

É foda, não entendo.
Era todo mundo irmão
Desde criança batendo bola no calçadão.

Crescemos junto, era todo mundo cria.
Um sempre defendia os corre e o que os manos faziam.
Todo dia na irmandade.
Pensei...
No fim achei que ia prevalecer a união
Mas eu só vejo os manos se matando
Já não é o primeiro, não
E pro ultimo ainda muitos estão faltando.

Lamentável, assumo....
Não sei o que fazer
Vejo e testemunho
Realidade que não quero ver.

O irmão caindo, um aliado
E aquele que matou, conspirou...
Também era o menor que tava do meu lado.

É errado,
Mas não tem solução.
Amigo de infância.
Matança de irmão.

Daqui pra frente à galera se desfaz,
Alguns já foram embora,
Quem fica já não sabe se é capaz.
Se o que faz é o certo, se pode ajudar,
Meu proceder, meu dia-a-dia,
É cada um na correria,
Mas sempre é bom se tem em quem se apoiar.

Mas se agora um ta matando o outro
E eu to aqui no meio,
Estala o pipoco,
E no meu ouvido passa o tiroteio.

Não tento escapar, mas não me fere,
Só o que interfere é quando essa bala te acerta.

Pra quem vai a vida acaba, já passou a intempérie...
Mas pra quem ainda ta aqui vida loka é incerta.

A dor que aprisiona...
Vontade de mudar sem conseguir.
Fantasmas que me rondam me assombram...
Me seguem até onde não posso ir...

Eu rezo... é pelos que estão vivos.
Pro poucos que mesmo na maldade são amigos.

E não batizam na família a facção.
Não ajo na encolha e não aceito a trilha imposta sem opção.
Respeito suas escolhas.
Respeito a sua luta.
Mas desprezo e rejeito
Quando qualquer filha da puta atinge o peito
Do meu irmão.

Dois tiros na cara do moleque.
Só tinha duas balas,
Mas ele ia dar quantas tivesse (no pente).
Sem parar pra pensar.
Não reflete, nem sente.
Que um dia alguém vai cobrar.

Aqui na Babilônia ou lá em cima.
Não importa!
O karma permanece
Aquilo que tu faz é o que volta.
E seguir a vida que te leva, mas fatos a gente nunca esquece...

É foda não ter a solução,
Amigo de infância.
Matança de irmão.

Era menor, eu conheci.
Geral chamava de Sujeira,
E tinha várias fitas por aí.
Nunca tava de bobeira, malandro...

Na pista queria se afirmar, colar com o bando...
Mas junto com os amigos não tem bronca.
Tu sabe como é.
Se bota marra nego zoa, apronta
E quem não agüenta, nem cola...mete o pé!

Aí é gastado, perdeu a moral
Chamado de cuzão, jow...(fanfarrão)
Ninguém imaginava que um dia,
A revolta vingaria todo mal que ele juntou.

Era só brincadeira entre amigos
E ele se estressou.
Botou a peça na cara do Gordinho,
Não tinha feito nada,
Sujeira meteu que ele xis-novava.

E nunca aconteceu.
Ali eu vi a neurose do bagulho,
Naquela confusão
Dogor comprou o barulho e se meteu.

Maior doideira, (vários anos atrás...)
Sujeira de peça na mão,
Mas perante o amigo nada faz.

Ter arma e não dar não é ser cuzão.
Tapa dentro da cara Gordo deu,
Sabia que tava com a razão.
Aí morreu...

Na época foi o que eu tinha pensado.
Fiquei meio afastada,
Voltei, Sujeira tava agarrado.
Fechou com facção, vai se vingar.
Mandou dar logo o papo:
“Quando sair vou aterrorizar!”

Dito e feito.
Já ta acontecendo.
Não tinha o que fazer,
Desenrolo e pá, mas não entendo...

Sábado. Já foi um amigo...
Outro ta prometido.
Já sabe qual vai ser. (nem vou dizer...)

E pra tu, Gabriel:
Vai em paz, vai pra cima
No teu dom o nome rima, seu lugar é o céu.