Letras & Fitas...

A poesia está para a prosa assim como dançar está para caminhar.

Então dance...

E mesmo que siga meus passos só eu sei aonde eles vão levar...

terça-feira, maio 12

Jihad

Boladona,
De rolé pela cidade,
De long, voada, nenhum limite de velocidade
A vida é um combate, uma Jihad.
Instinto suicida, isso não tem idade.

De onde vem? Pra onde vai?
Se esconde pelos morros, viadutos e marginais...
Não quer demais, nem vive apenas finge....
A guerra sempre é santa quando a vida é o limite.

Porra, jão...
Eu continuo bolada...
To na rua, ouço do nada,
Várias balas disparadas,
Tão invadindo, jão...e são os verme...
3, 4, 5, 6 de coturno e cap.

mesmo sem ser soldado,
mesmo sem ser do crime,
Se é do meu lado, desse jeito a guerra me oprime...

Não sou milícia , polícia, trafica, que tá na estica
Nem sou aquele que fica soltando pipa na na laje
não sou da choque, do BOPE, nem nem quero dura da CORE nem Caveirão onde eu more,
e nem zerbla com blindagem...

Pro morador da favela,
A realidade é aquela, trabalhador ou seqüela,
Ou malandragem....

(Ouço) tiros, tiros, tiros, na janela ( nas vielas )
(Não quero) tiros, tiros, tiros nas favelas

A vida nunca é aquela
Paz que se imagina...
Rio de Janeiro ou Palestina ?

Obedecer? Não
E nem mandar.
Só combatendo contra mim posso ganhar.

A cada dia,
Uma vitória
A trajetória que lutei pra conquistar.

Já imagino o traço, destino eu mesma que faço,
Quase no mesmo compasso de como fui no passado.
E pra fazer o que faço, eu só me jogo no espaço,
Um cidadão desarmado, ainda assim quer lutar....
Como viver essa guerra,
Se toda hora é a espera,
Entre matarmos o tempo,
Ou ver que ele nos enterra.

Em meio a vícios, resquícios, daquilo que não foi dito
Só luto se acredito, se sou um filho da terra.

Da nova era, mano
Inacabada,
A velha imagem do que antes era nada.

Vivência da violência, venceu a velha cadência,
Que despedaça os sonhos em incontáveis sequências

Já desejando que os filhos, servindo de andarilhos,
Sejam indícios dos trilhos que os farão fracassar...

Só pra seguirem seus atos, sabatinar desacatos,
De um povo desgovernado que não quer nem opinar...

Ignorância? Preguiça ou ganância?
Talvez não tenha vergonha de se manter onde está.

Vida mestiça
E oprimida
Bala perdida, quando achada é suicida

E ouvem tiros, tiros, tiros....entre os prédios...
Tiros, tiros... Oriente Médio

A vida nunca é aquela
Paz que se imagina
Rio de Janeiro ou Palestina?

Apenas sonhos
De uma mina,
Que quer fazer muito mais do que imagina,

Mudar o mundo usando rima,
Revolução: é o que a vida determina...

Se a guerra é santa, a luta é justa
E a mente sente que o destino é a busca

E se entrega, jão
E tá pra vida,
sou guerrilheira, uma semente nativa

A guerra tá me oprimindo, zunindo nos meus ouvidos,
matando, ferindo amigos, e eu nem sei mais lutar...

Mas são tiros, tiros, tiros... mãos pro alto!
Tiros , tiros, tiros, é um assalto? ( no asfalto)

A vida nunca é aquela
Paz que se imagina.
Rio de Janeiro ou Palestina?

Tiros, tiros, tiros...
A violência te invade dentro da sua casa...
Rio de Janeiro ou Faixa de Gaza?